A MULHER NA HISTÓRIA SUL-MATO-GROSSENSE
Tendo como
tema o título deste artigo, o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso
do Sul, realizou o seu 8º Seminário de Desenvolvimento Institucional, nos dia 5
e 6 últimos. Foram momentos vividos com muita emoção e alegria.
Quando a
Vera Tylde de Castro Pinto, diretora executiva do Instituto, propôs o tema, de
imediato percebemos as dificuldades que teríamos para escolher as pessoas que
seriam homenageadas tantas e significativas são e foram as mulheres que fizeram
a diferença em nosso estado.
A realização
teve como objetivo iniciar o resgate da participação da mulher na nossa
história, que sempre foi muito rica e poucas vezes reconhecida. Assim, no
programa constavam palestras, depoimentos e uma homenagem à professora Maria da
Glória Sá Rosa, um dos grandes ícones da nossa cultura.
O seminário
começou com uma apresentação artística do Centro de Arte Viva, iniciando pelo
hino de Mato Grosso do Sul, interpretado pela soprano lírica Clarice Maciel,
mulher das mais destacadas em nossa cultura, tendo inclusive, cantado a Ave
Maria para o papa João Paulo II, em visita ao Vaticano em 2008. A seguir,
Clarice homenageou Chiquinha Gonzaga, mulher símbolo da história nacional pela
sua participação nas artes no fim do século 19 e começo do século 20,
interpretando de sua autoria, Lua Branca. Chiquinha Gonzaga foi a primeira
mulher a reger uma orquestra no Brasil. Foi também participante ativa pela
libertação dos escravos e pela proclamação da República. A apresentação musical
teve como tecladista o maestro Nillo Cunha que também regeu o Coral Arte Viva.
A palestra
do presidente do Instituto professor Hildebrando Campestrini versou sobre a
atuação histórica da mulher em Mato Grosso do Sul. O escritor e associado do
Instituto, Samuel Xavier Medeiros homenageou a mulher do século XIX na pessoa
de Senhorinha Barbosa, mulher histórica da Guerra da Tríplice Aliança que foi
também mulher do Guia Lopes da Laguna. O professor Paulo Cabral, também
associado efetivo, discorreu sobre a vida e a obra educacional de Oliva Enciso,
educadora emérita, criadora da Sociedade Miguel Couto dos Amigos do Estudante,
do Ginásio Barão do Rio Branco, foi também a primeira vereadora de Campo Grande
e primeira deputada do estado de Mato Grosso.
No dia seguinte
constavam na programação o depoimento de três mulheres de destaque em suas
atividades. Assim, Moreli Teixeira Arantes deu o seu testemunho e trabalho como
produtora rural. A empresária Irany Caovilla, sobre a mulher no comércio e
serviços e Márcia Raquel Rolón, vice-prefeita de Corumbá e presidente da
Fundação de Cultura daquela cidade, falou sobre a mulher no terceiro setor.
Todas elas foram generosas nas suas falas homenageando também mulheres na área
de atividade de cada uma.
O professor
Américo Calheiros, presidente da Fundação de Cultura do estado, falou sobre
arte e cultura, abrangendo a atuação de diversas mulheres daqui que se
destacaram, como Lídia Baís, Conceição Ferreira, Conceição dos Bugres e Glauce
Rocha. Sobre esta artista nascida em Campo Grande e que teve grande expressão nacional
no teatro, no cinema e na televisão, discorreu sobre a sua importância não só
na sua ação profissional, mas também como defensora dos direitos da mulher, que
foi sempre muito corajosa, nunca se deixou intimidar principalmente nos anos de
chumbo do período da ditadura militar. Lembrou também da escritora e poetisa
Raquel Naveira, campo-grandense e que hoje brilha no cenário paulistano.
Terminou fazendo uma apoteose sobre a professora Maria da Glória Sá Rosa que
recebeu o título de associada emérita do Instituto.
A entrega do
título para a professora Maria da Glória foi feita pelo também associado
emérito, Francisco Leal de Queiróz, que foi passageiro de bonde junto com ela
nos idos de 1949, quando ambos eram estudantes no Rio de Janeiro. O doutor
Leal, em seu improviso, demonstrou com muita propriedade porque é considerado
um dos maiores oradores do nosso estado.
Foi um
evento de gala.
Heitor
Freire – Corretor de imóveis e advogado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário