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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ser Maçom...

A  G\ D\ G\ A\ D\ U\

Reflexões sobre “Ser Maçom”



            Em alguns momentos de nossa vida maçônica, é necessário que paremos e façamos uma reflexão sincera dentro de nós mesmos, para respondermos a um questionamento de nosso espírito e de nossa caminhada: O que estamos fazendo aqui? A que viemos?

           A maçonaria, na pureza de seus ensinamentos, nos leva a uma reflexão que podemos encontrar nos nossos rituais e instruções. Logo no trolhamento que se faz a um visitante, para a sua identificação, há uma pergunta que é respondida com um conteúdo bastante profundo, sobre o qual devemos refletir:

            - Que vindes fazer aqui?

Ao que se reponde:

            - Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, estreitar os laços de amizade que nos une como verdadeiros Irmãos”.

            A esta reposta tão rica em ensinamentos é que começo a propor aos IIrr\ a refletirmos juntos a cada uma das afirmações ali contidas:

-          Vencer minhas Paixões -  Cada um de nós tem o conhecimento e o discernimento para traduzir a palavra “Paixões” no contesto em que ela está inserida. Ela traduz principalmente atitudes que não condizem com a nossa atuação maçônica, com a nossa atuação também de cristãos e de cidadãos. Instrui-nos a maçonaria que a nossa inteligência deve ser dirigida por uma “Moral sã”, (como está descrito na segunda instrução de Aprendiz), que fará do maçom um homem de bem. Lá, nos instrui a Maçonaria que esta “Moral Sã” deve ser baseada no amor ao próximo, e que esse amor ao próximo deve ser algo que esteja presente a cada passo do Homem-Maçom. Essa moral, é também a base do Cristianismo e a de cada cidadão, pois amar o próximo significa sobretudo respeitar as pessoas.

-          Submeter minha Vontade – A primeira de nossas vontades que devemos submeter é uma grande chaga da humanidade que se chama “Egoísmo”. Contra o egoísmo é que o Maçom deve dirigir todas as suas armas, suas forças e sua coragem. É preciso muito mais coragem e muito mais  força para vencer a si mesmo, do que para vencer aos outros. Que cada um de nós coloque todos os seus cuidados para combate-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. É a negação da caridade, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Continuando a nossa reflexão com base nos ensinamentos do nosso ritual, quando o V\ M\ pergunta ao Ir\ Ch\:

-          O que é a Maçonaria?”, 

e temos a seguinte resposta:

-          É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”.

No conteúdo dessa reposta, vemos ressaltar o instrumento importante de nossa vida maçônica, o amor, pois é através dele que exerceremos nosso trabalho de tornar feliz a humanidade. O amor aqui citado, que é nossa prática constante, se exerce principalmente pela tolerância, pelo respeito e pela igualdade, o que devemos preservar, principalmente entre nós.

Na mesma parte de abertura dos nossos trabalhos, o V\ M\ pergunta ao Ir\ 1o. Vig\:

-          Para quê nos reunimos aqui?”,

ao que o Ir\ 1o. Vig\ responde:

-          Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade, levantando Templos a Virtude e masmorras ao vício”.

Nossa reflexão quanto a essa reposta, deve muito mais se referir às nossas atitudes entre nós, em primeiro lugar, para depois podermos agir dessa forma junto à sociedade. Não pode vingar dentro de nossa instituição, muito menos dentro de nossa Loja, nem a tirania, nem a ignorância. Não podemos ser preconceituosos com ninguém, muito menos com os nossos IIrr\, devendo, em nossas ações, prevalecer sempre o Direito, a Justiça e a Verdade.

Quando em nossa iniciação, quando ainda vendados e nada conhecendo nem tendo jurado, nos é perguntado pelo V\ M\:

-          “O que entendeis por Virtude?”

Entre tremores de voz e medo, respondemos alguma coisa que nos vem à mente naquele momento, e o V\  M\ nos instrui então:

-          É uma disposição da alma que nos induz à prática do bem”.

Essa bela frase, e rico ensinamento, nos fazem refletir e nos remete novamente à prática do amor ao próximo e aos IIrr\, pois é o amor o principal instrumento para a prática do bem.

Pergunta também o V\ M\, nesse momento:

            - “Que pensais ser o vício?”

            Depois de nossa titubeante resposta nos dá esse grande ensinamento:

            -  “É tudo o que avilta o homem. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal. Para impor-nos um freio salutar a essa impetuosa propensão, para elevar-nos acima dos vis  interesses que atormentam o vulgo profano e acalmarmos o ardor de nossas paixões, é que nos reunimos neste Templo. Aqui trabalhamos para adaptar nosso espírito às grandes afeições e só concebemos idéias sólidas de virtude, porque somente regulando nossos costumes pelos eternos princípios da moral é que podemos dar à nossa alma esse equilíbrio de forças e sensibilidade que constitui a Ciência da Vida”

            Meus IIrr\! Quanta beleza podemos encontrar nos nossos ensinamentos, e quanto podemos crescer, se, de fato, colocarmos em ação todos esses ensinamentos que vemos tanto repetir em nossa Instituição. Um dia, em nossa Loja, um Ir\ falou que estava enjoado de ver repetir tantas vezes os ensinamentos e instruções, que ele, como Mestre já havia lido tantas vezes. Que pena que o Ir\ assim pensou, pois é pela sua repetição e pela sua riqueza de conteúdo que ela nos transforma.

            Essa nossa viagem pelos ensinamentos, que hoje estamos novamente fazendo, reafirma cada vez mais a importância de entrarmos dentro de nós e refletir, muito mais reagir no momento certo, para cada dia mais crescermos como Maçons, como Cristãos e como Cidadãos. Nós formamos juntos, uma grande corrente. Todos os seus elos devem estar perfeitamente limpos e puros, pois, se um estiver comprometido, não e só aquele elo que enfraquece, mas compromete toda a corrente.


Ir\ Carlos Werner, M\ I\, 32º.

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